30 setembro 2014

Ontem, em Saragoça

«(...)Y, por supuesto, el mayor legado hecho canción que dejó "el abuelo" a la historia de la canción protesta española, su Canto a la libertad, himno a la fraternidad, a la lucha contra la opresión y la desigualdad, y el himno que una gran parte de los aragoneses sienten como suyo a pesar de que el actual gobierno autonómico rechazara la propuesta de que pasara a ser el himno oficial de Aragón. De hecho, los asistentes dejaron claro su sentimiento: "Este es el himno de Aragón", gritaban al finalizar.»

Fernando Medina ou...

... modesto contributo
para uma biografia política




No mesmo dia, dois jornais resolveram salientar o esperançoso futuro político do socialista  Fernando Medina e sublinhar as suas qualidades, méritos e biografia que não desejo nem contrariar nem diminuir de nenhuma forma. Apenas penso que, se não fosse o eterno problema da falta de espaço, certamente que este jornais teriam acrescentado o elemento informativo que se segue:

Fernando Medina, na AR,
em 26.7.2011, na discussão
do  projecto de resolução
n.º 4/XII/1.ª do PCP sobre
a renegociação da dívida

"A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Medina.
O Sr. Fernando Medina (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O caminho apresentado pelo Partido Comunista é um caminho de irresponsabilidade e de populismo, que não podemos acompanhar.

Irresponsabilidade porque, se levado à prática, deixava Portugal sem qualquer fonte de financiamento externo. A consequência directa de uma reestruturação unilateral da dívida, como é proposto, seria a de não termos qualquer investidor privado a emprestar a Portugal, durante muitos anos.

A realidade já começou a mostrar a falácia deste discurso e irá mostrar com muito mais clareza ao longo dos próximos meses, num País em que cerca de 70% da despesa pública se concentra em políticas sociais e pagamento de salários de funcionários públicos. É também uma visão — esta, a do PCP — que não podemos aceitar.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Esta intervenção é do PSD ou é do PS?
(...)
O Sr. Fernando Medina (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Adolfo Mesquita Nunes, o tema da reestruturação da dívida surgiu na campanha eleitoral em Portugal não por qualquer razão económica nem por qualquer resposta às dificuldades no nosso País mas, simplesmente, com um objectivo político: era a resposta simplista para as dificuldades com que estávamos confrontados, porque a factura não seria dos portugueses, a factura seria de uns quaisquer credores estrangeiros.
É assim que o tema surge, é assim que o tema nasce e é assim que o tema tem sido alimentado pela extrema-esquerda no nosso País.»


 intervenção na íntegra aqui

Um novo filme espanhol

Mas que bela ideia !



A luta contra a censura

Estados Unidos - mais sobre
a guerra dos livros nas escolas



Sítio da The National Coalition Against
Censorship (NCAC)
aqui
catálogo de livros banidos aqui

29 setembro 2014

As "primárias" e a democracia

Em tempo
e contra a corrente


Se a cultura política de alguns dos que hoje chamam às «primárias» do PS quase um monento fundador de uma nova e mais perfeita democracia portuguesa tivesse menos cuspo e mais conhecimento histórico então teriam antes de reconhecer pelo menos três coisas: a primeira é que, no fundo, elas são uma expressão máxima da «americanização» da vida política na Europa; a segunda é que elas ( e, em geral a chamada «política-espectáculo») foram inventadas e consolidadas nos EUA (e chegaram a França nos anos 60 do século passado com a candidatura de Lecanuet) com o pretexto de assim se aproximarem os cidadãos da política e reduzir a abstenção, sendo que ainda hoje a abstenção eleitoral nos EUA continua a atingir medonhas proporções (apesar de milhões e milhões participarem nas primárias); e a terceira é que, nos dias de hoje e pelos critérios hoje dominantes, grandes políticos e estadistas do passado, como se pode ver abaixo pelo estilo e voz de Pierre Mendés-France, não teriam a menor chance.


aqui aos 9.10 por exemplo

P.S.1:  Acresce que há histórias sobre «primárias» que nunca nos contam : por exemplo, a que ocorreu em Itália há não muito tempo quando Pier-Luigi Bersani ganhou as «primárias» no Partido Democrático para líder do partido, ganhou as eleições mas depois, uma vez encarregado de formar governo, não o conseguiu por ostensiva manobra de sabotagem de boa parte dos deputados e da direcção do PD, acabando por formar governo um tal Enrico Letta que não tinha ido a «primárias» nenhumas.

P.S.2: Parecem-me também muita exageradas as considerações sobre a enorme participação nestas «primárias» com efeito, os resultados que estão no sítio do PS referem que para 248,573 inscritos votaram 174,770 ou seja, cerca de 70%. Dir-se-á que é mais mais do que a tazxa de participação nas eleições nacionais. Mas a comparação é esquemática porque esquece que, no que toca aos simpatizantes, houve um movimento de inscrição voluntária para esta votação. O que dados mostram é que, nestas circunstâncias ditas apelativas cerca de 70 mil militantes e simpatizantes ficaram em casa, sendo legítimo deduzir que umas dezenas de milhar se inscreveram para uma coisa que afinal resolveram não exercer. Do ponto de vista do interesse em termos de sociologia política, acrescento que, sendo os cadernos eleitorais separados para militantes e simpatizantes, é uma pena que não tenha sido revelado qual a taxa de particpação para cada uma dessas categorias.

Adenda: para um lúcido e mais desenvolvido comentário a esta questão, ler aqui João Vasconcelos-Costa

28 setembro 2014

Já está


imagem copiada de Miguel Jeri
Não tenho nada que ver com a vida interna do PS e, quanto ao mais, calcula-se bem que pense que o problema não é de caras mas de políticas diferentes das que o PS tem seguido e, quanto a isso, desta disputa saiu nicles, zero, nadica de nada. Mas perante o endeusamento que muitos fizeram das primárias, só quero lembrar que, de um ponto de vista legal e teórico, agora na eleição directa para SG antes do necessário  Congresso  podia muito bem concorrer e quem sabe ganhar um companheiro de ideias de António José Seguro e estaria criado um berbicacho de todo o tamanho. Dirão muitos leitores que, depois desta vitória esmagadora de Costa, ninguém vai fazer isso e todos vão aceitar que a vida interna do PS acabe por ser condicionada por umas primárias que nem sequer tem consagração estatutária. Mas olhem que grande democracia partidária esta em que eventualmente os que só tiveram este direito e não têm dever nenhum - os simpatizantes -  podem , eventualemnte e em certa circunstâncias decidir mais e mais duradouramente que aqueles que têm direitos e deveres - os militantes. A isto acaba de chamar António José Seguro «a melhor forma de comemorar os 4o anos do 25 de Abril» !-


 António Costa, na declaração
após a sua vitória

Onde é que já ouvi isto ? 
já a seguir !

Também trabalho para aquecer

Fazendo de ghost-writer
do vencedor de logo à noite


no DN de ontem

"De olhos nos olhos de todos os militantes e simpatizantes socialistas que participaram nesta grande jornada democrática, quero aqui dizer, com plena sinceridade e autenticidade, que a minha vitória não é a derrota de ninguém, é apenas e só, o que é muito, uma vitória do Partido Socialista, no caminho para as vitórias de que, não tanto o PS, mas o país e os portugueses precisam.
Dirão alguns que depois desta disputa eleitoral interna não podem ter deixado de ficar feridas ou até alguns ressentimentos. Ao contrário do que talvez alguns esperassem, quero admitir que sim mas logo quero acrescentar que, se assim for, isso apenas prova que a paixão política não nos fez deixar de ser fragilmente humanos. Do que estou absolutamente certo é que saberemos sarar rapidamente tais feridas, não apenas em nome dos valores que fazem a honrosa identidade e história do Partido Socialista mas sobretudo porque, para bem dos portugueses, é preciso estancar e sarar essa ferida gangrenada na vida do país que é a governação da direita."

Para o seu domingo, voltando sempre a

Luz Casal




27 setembro 2014

O crime impune

Há 35 anos, o assassinato
de Casquinha e Caravela



Quadro de Joan Hogan (copiado de aqui)


Naturalmente entre muitos outros, um dos posts que mais pena me fez perder com o desaparecimento da primeira série de «o tempo das cerejas» era extensa e fundamentadamente dedicado ao assassinato de Casquinha e Caravela. Esse post arrasava ainda as efabulações ou confusões de memória manifestadas em então recentes declarações de Hélder Macedo, ministro do governo de Maria Lourdes Pintasilgo que afirmava ter ocorrido então um tenso conflito e choque entre o PCP e Maria de Lurdes Pintasilgo. Esse post incluia designadamente, em frontal desmentido dessa ideia, o comunicado integral da então SIP do PCP em que o acontecimento era tratado como uma provocação de direita contra o próprio governo de Pintasilgo e, quanto a este, significativamente o mais que dizia é que «devia tirar as devidas ilacções daquele crime».

Há 46 anos

O PCP e a posse
de Marcelo Caetano

(alertado para a data por um post de Joana Lopes)



 ler melhor aqui
(usando o Google Chrome)

Sempre escondendo o essencial

O título que nunca veremos
(é estranho mas comece por ver a ADENDA)

para o Expresso,  só temos direito a isto
Adenda: muito importante:
UM LEITOR, A QUEM FICO MUITO GRATO, CHAMA A ATENÇÃO PARA QUE ESTA SONDAGEM É DE JUNHO.E TEM RAZÃO.
ACONTECE QUE ME PARECEU VER ANUNCIADA NA PÁGINA ONLINE UMA SONDAGEM DO EXPRESSO SOBRE LEGISLATIVAS E FUI PARAR ALI.
E, pronto, não reparei na data.
Mas, fora isso, o comentário continua perfeitamente pertinente.

Sobre a famosa «regulação»

Nada que não se suspeitasse




Porque hoje é sábado (497)

Carmen Lundy


A sugestão musical deste sábado é dedicada
à cantora e compositora de jazz norte-americana
Carmen Lundy e ao seu último álbum
Soul to Soul






mais aqui do lado direito

26 setembro 2014

Está-se mesmo a ver

Pois, pois, chamem-lhe isso ou 
mais um que trabalhava para aquecer


Sem nenhum problema, antes com muito gosto

Aqui fica para
vergonha do "i"




Como é evidente, o i nunca se lembraria de abordar a questão pela lado de que quem, em regra, tem sido sempre do contra são os sucessivos governos e as confederações patronais, sempre contra a melhoria das condições de vida dos trabalhadores e sempre contra os seus direitos tantas vezes aspera e sacrificadamente conquistados.

Nada que me incomode mas...

Espanha - quando o
Podemos dá em Não Podemos


Notícia de Julho :

Noticia de 22 de Setembro:



O facto de não me importar nada que o Podemos de Espanha tenha decidido não concorrer às eleições municipais não me incomoda nada porque isso até sera provavelmente favoráel a um melhor resultado da Esquerda Unida. Mas, face à notícia mais recente. não posso deixar de registar três coisas: a primeira é que um partido que tanto brada contra a «casta» e defende a proximidade com os cidadãos afinal desiste de concorrer às eleições mais próximas dos cidadãos; a segunda é que ter 700 núcleos territoriais formados através da Internet afinal parece ser curto para o imenso e exigente trabalho de apresentar candidaturas nessas eleições; a terceira é que  as afirmações de Pablo Iglésias constantes da imagem anterior, cheias de tacticismos, parecem-me bem mais prórpias da velha política que o Podemos verbera do que da «nova forma de fazer política» de que se reclama.

Um livro estrangeiro por semana ( )

Vers e proses de
Vladimir Maïakovski

Reedição do trabalho de 1931 de Elsa Triolet,
edição Le Temps des Cerises, 22,8o E

(os interessados podem ler uma recensão sobre esta edição, aqui na pag. VI de «Les Lettres Françaises» em PDF)



25 setembro 2014

Tentando furar o nevoeiro

Três apontamentos sobre
um artigo de André Freire


O por mim estimado Prof. André Freire deu ontem à estampa no Público o artigo de opinião com o título acima, do qual, mesmo consideradas as divergências de opinião que em diversos pontos nos separam ao lado de importantes concordâncias, só posso começar por dizer que está a anos-luz das superficialidades, embustes e sofismas que povoam o discurso dos protagonistas político-partidários da chamada «reforma» do sistema eleitoral.

Eu bem podia, por razões tácticas, limitar-me a registar com apreço a vigorosa defesa da proporcionalidade, a dura crítica à redução do número de deputados e até a admissão do efeito «bipartidisante» de círculos uninominais mesmo que haja um círculo nacional de compensação  que constam do artigo do Prof. André Freire.
Mas entendo que é mais proveitoso para um aprofundamento sério deste debate que incida antes sobre certos pontos sustentados pelo Prof. André Freire que me parecem mais obscuros, duvidosos ou erróneos. Assim:

O Prof. André Freire, contra os que pretendem enfraquecer a proporcionalidade, sustenta a dado passo que (sublinhados meus) « Portugal precisa, isso sim, de medidas de que estimulem a governabilidade sem comprimir a proporcionalidade (como a moção de censura construtiva;  «prémios» à cooperação entre partidos). Por exemplo, as «listas aparentadas» (os partidos declaram-se coligados sem fazerem listas conjuntas)  e a transformação de votos em mandatos é feita para o conjunto dos «aparentados», incrementando assim os seus lugares no Parlamento».
Mas, face a isto, eu que não sou licenciado e muito menos politólogo, pergunto na base do que me parece relevar do bom senso e do óbvio:mas então a consequência de as «listas aparentadas», por esta via ou truque (digo eu), incrementarem os seus lugares no Parlamento não é inevitavelmente que, para assim acontecer, só pode ser à custa do "desincremento" dos lugares no Parlamento dos outros partidos. numa clara lesão da proporcionalidade ?


Fazendo o que diversos grupos, personalidades e seus Manifestos que vêm defendendo o chamado «voto preferencial» nos candidatos de uma força concorrente nunca fizeram, o Prof. André Freire vem sustentar que este tipo de voto «só é exequível e efectivo em pequenos círculos» (neste ponto, embora sem êxito, eu já havia perguntado aos autores de um certo Manifesto se, por exemplo, num círculo como Lisboa, estavam a ver os eleitores a levarem para a cabine de voto uma dezenas de listas de candidatos cada uma com 50 nomes para depois fazerem as suas «preferências» individualizadas (o grau de literacia eleitoral não é coisa que se possa menosprezar !). Mas, nesta matéria, cabe-me perguntar ao Prof. André Freire: mas então a criação de mais pequenos círculos não conduz ela própria à redução da proporcionalidade pois, como actualmente acontece e também por força do método de Hondt, é neles que é menor o grau de proporcionalidade na conversão de votos em mandatos? (caso máximo é o distrito de Portalegre, que elege apenas 2 deputados e onde a CDU com 20% dos votos não consegue obviamente eleger nenhum).


Por fim, anoto que quase no final do seu artigo, o Prof. André Freire resolveu conceder que «quer o voto preferencial, quer o voto em círculos uninominais potenciam a personalização do mandato, a ancoragem territorial dos deputados e uma menor disciplina de voto no Parlamento (logo, maior "estima" dos eleitores pelos deputados)». Ora aqui cabe-me dizer, pela enésima vez e sem punhos de renda: se, num eventual, hipotético ou futuro círculo uninominal na minha área de residência, o candidato da CDU não for eleito ( e dificilmente será), eu não quero nenhuma proximidade com o deputado aí eleito pelo PS ou pelo PSD nem por ele passarei a ter qualquer «estima».

Depois de 3 anos sem actualização

Comentários para quê,
mais uma vez é a combativa ugêtê


 E, já agora, leia-se a pérola que é este editorial do Público:

24 setembro 2014

Passe a publicidade

À sua escolha, senhor
primeiro-ministro, numa
farmácia perto de si





Escusado será ser eu a dizer que se trata de uma infame campanha dos partidos da oposição e da imprensa contra Passos Coelho porque, como toda a gente sabe, em 1997, cinco mil euros mensais eram trocos ou amendoins.

23 setembro 2014

Uma grande vitória para as mulheres espanholas

Gallardón ao ar,
vale a pena lutar


ler aqui

Comunicado da Esquerda Unida que desempenhou um papel de destaque ma luta contra a nova lei do aborto ( de recordar que em todos os actos públicos de IU na campanha para o PE havia cartazes sobre este tema ).


Um Espírito Santo pouco católico

Tudo patriotas e gente
séria como já não há