12 novembro 2013

José Vítor Malheiros no «Público» ou...

... assino por baixo



«(...) Usar a expressão «arco da governabilidade» para representar a tríade PS-PSD-CDS é equivalente a proclamar um direito natural  destes partidos a governar e a proclamar a não-naturalidade da participação de outros partidos no governo (...). A colagem de epítetos aos partidos sempre fez parte do debate político, com o intuito de criar divisões ou forçar alianças, de promover ou atacar esta ou aquela força. O que é novo e surpreendente é o facto de expressões deste tipo, politicamente marcadas, criadas para ser usadas no combate político, carregadas de uma intenção de segregação de uma parte do espectro político, serem usadas por pivots de telejornais, por jornalistas e comentadores e jornais, por académicos e responsáveis políticos mesmo quando possuem um dever de neutralidade e mesmo quando pensam estar a ser equidistantes. (...) A imposição do léxico da direita no discurso mediático é a maior vitória que essas forças poderiam almejar. Mas estão a consegui-lo. Utilizar o discurso do governo para fazer notícias não é fazer notícias, mas sim fazer propaganda. Se o jornalista o faz conscientemente, comete uma falha ética grave. Se não o faz intencionalmente, faltam-lhe competências técnicas básicas para fazer jornalismo».


- José Vítor Malheiros, hoje no Público (sem link), em artigo intitulado «Quando o discurso jornalístico reproduz a propaganda».

3 comentários:

  1. Hoje não sei porquê
    mas cheira-me a castanha

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  2. Mas o que fazem os noticiários, quer nos jornais, quer na TV, senão fazer propaganda desta política neoliberal ?!!!

    Um beijo.

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  3. Bem observado por um comentador que muito aprecio. Gostaria, contudo, de colocar uma interrogação: por quem votará o sr. José Vitor Malheiros?

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