27 julho 2013

Mérito de Pacheco Pereira

Agora bem escrito o que
ando a tentar dizer há seis dias


«(...) Há uma obscena falta de vergonha incrustada no texto da moção de confianças  que o governo vai apresentar e que, por si só, é um retrato de uma política que, após as ingenuidades e ignorâncias iniciais, tem sido feita pelo dolo, para a manipulação e para o engano. (...) O que esta moção nos diz é uma completa mistificação desde a primeira letra . Diz-nos que havia um ciclo político pensado em duas fases: uma, o cumprimento do «programa», outra, o desenvolvimento e o crescimento. A crise governativa das últimas semanas foi o rito de passagem, a perda da pele de serpente, que permitiu abandonar a velha pele, para fazer reluzir a segunda.  Ou seja, ainda bem que houve esta crise, catártica na sua bondade, para podermos, limpos e lustrais, apresentar um «novo ciclo» aos portugueses. Nada disto é verdade, nem o «programa» foi cumprido, bem longe disso, nem este «novo ciclo»estava previsto nestes termos na programação governativa., nem as vítimas da «austeridade» podem esperar qualquer alívio, nem as vítimas que se seguem, as da «reforma do Estado», podem escapar à desvalorização do seu trabalho e ao desemprego. O programa real continua, o virtual vem aí. (...)».

José Pacheco Pereira, hoje no Público

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