03 novembro 2012

Um problema real

Uma avalanche destruidora
que nos submerge e assarapanta !





Não sou, nunca fui e nem pretendo vir a ser um "analista político" mas apenas é tão só um modesto combatente político e, por isso, ao contrário de alguns que muito gostam de recitações clássicas, nunca fui um cultor de frases como aquela de que «a verdade é sempre  revolucionária» pois na vida já me fartei de ver situações e momentos em que a verdade até pode ser sempre revolucionária, a sua total divulgação é que nem em todos os momentos é, sobretudo quando pode gerar movimentos de desânimo e falta de esperança.

Vem isto a propósito só para explicar que ainda não encontrei a maneira equilibrada de desenhar todas as prováveis feridas, consequências, factos consumados, mudanças terríveis que por muitos e muitos anos cairão sobre os portugueses e o país se esta ofensiva bárbara e vingativo ajuste de contas com todo o património ainda restante de Abril não forem rapidamente detidos e derrotados.

Repare-se bem nesta evidência dos dias que correm: ainda não digerimos em todo o seu alcance a crudelíssima agressão inscrita e proposta no OE para 2013 nem está  ainda consumada a sua entrada  em vigor e já estamos  debaixo do fogo, real mas  ao mesmo tempo distractivo, da campanha para a «refundação» do memorando, do Estado ou do raio que os parta, cujo único objectivo é obviamente acentuar um lastro infame de miséria e desprotecção social a pretexto de cortar com urgência os agora famosos 4 mil milhões de euros na despesa pública.

E é assim que, temendo eu que nos deixemos desorientar pelas palavras e temas aparentemente novos de cada dia ou semana, eu prefiro voltar atrás e lembrar dois títulos de imprensa de há relativamente pouco tempo.

O primeiro é este  de 1 deste mês

e olhando para ele, reparando que ele só fala do efeito do aumento do IRS e deixa de fora tudo o resto - aumento do IMI, aumentos dos transportes, de taxas moderadoras, reduções nos subsídios de desemprego, de inserção social e   outras prestações sociais, só provoca a vontade de perguntar aos senhores governantes: mas estão a falar de quê ? de mais provações, dramas, desesperos e sofrimentos para além do que estes simples e incompletos números já revelam ? em que país vivem «vossecelências»?      

O segundo título é este
                                                                                      
e volta aqui só para lembrar a proximidade deste número com os tais 4 mil milhões de euros que os que que os gastaram quase aqui sem nenhuma hesitação   pretendem agora sacar dos bolsos e condições de vida da incrivel e asperamente sofrida maioria do povo português.                                    

7 comentários:

  1. Na verdade

    nunca a canalha foi tão canalha

    ResponderEliminar
  2. A propósito do ininterrupto bombardeio de neo-liberalismo a que estamos sujeitos de há quatro anos a esta parte, vale a pena lembrar os anos 80 da Tatcher-Reagan & Woitila quando a Srª descobriu que podia arrasar o estado-social britânico limitando-se a bombardear ininterruptamente os sindicatos com medidas cada vez mais fascizantes sem ligar rigorosamente nenhuma á indignação que grassava nas ruas e sem dar tempo a ninguém para respirar. Estes só aprenderam com ela. E nós? Aprendemos alguma coisa?

    ResponderEliminar
  3. O BPN vai-nos custar muito mais. Se considerarmos os juros dos empréstimos que pedimos para entregar ao BPN poderemos atingir os 9.000 milhões de euros. Mas há muito mais...

    ResponderEliminar
  4. Confio que há força suficiente para demitir este governo, derrotar esta política, recuperar a nossa soberania e construir um Portugal com futuro. Mas não tenho dúvida da dimensão dos estragos já causados, que se agravam a cada dia que passa.
    A chanceler alemã afirma que serão necessários mais 5 anos de austeridade e, ao contrário do que alguns sugerem, não penso que esteja louca, seja teimosa ou incompetente. Como não acredito que estejam loucos, sejam teimosos ou incompetentes os que se dispõem a cumprir rigorosamente tais exigências "custe o que custar" ou os que afirmam que o povo "aguenta" mais austeridade.

    ResponderEliminar
  5. Subscrevo inteiramente as palavras de Edgar Carneiro. Eu não sei onde este pobre país vai parar se este governo se mantiver por mais tempo!

    Ana Flor

    ResponderEliminar
  6. Cada dia mais tenebroso que o anterior. Também acho que os promotores destas catástrofes não estão loucos. Estão é decididos a salvar o capitalismo imperialismo, já em grande decadência, à custa de quem trabalha e produz.

    Um beijo.

    ResponderEliminar