03 novembro 2011

Ficção e lição do dia

Nunca interrompas
a leitura de um título


Não há dúvida, estou a precisar de ir ao médico porque a crise começa a ter reflexos estranhos no meu comportamento e nas derivas do meu pensamento. É que hoje, ao olhar num quiosque a primeira página do Jornal de Negócios, li num pequena chamada
e, na ânsia de qualquer pequeno ou mesmo minúsculo sinal positivo, fechei os olhos e pus-me a pensar: «finalmente, talvez seja recua no aumento generalizados dos impostos, IVA e IRS nomeadamente, talvez seja recua no aumento das taxas moderadoras na sáude e nos cortes destrambelhados neste sector, talvez seja recua no corte do subsidio de Natal já deste ano, talvez seja recua no roubo à função pública nos próximos dois anos dos subsídios de férias e de Natal, talvez seja recua na mais meia hora de trabalho diário e no plano de voltar às 48 horas semanais, talvez seja recua na redução das indemnizações por despedimento, talvez seja recua no infindável etc., etc., etc. Nesta altura, lembrei-me de que devia estar a  fazer figura de parvo - ali especado de olhos fechados - junto dos clientes do quiosque e resolvi abrir os olhos para a realidade. Sorte macaca, afinal o que o título dizia era


Pois, já se sabia, os recuos quando nascem não são para todos antes são para muito poucos.

2 comentários:

  1. Também podia ser "Governo recua para o sec.XIX"

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  2. Recua para o século XIX,merecem ser encostados à parede, TODOS ELES!

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