27 abril 2014

Um "Eixo do Mal" sobre os 40 anos de Abril ou...

... um caso notório de
preconceito e discriminação



O programa "Eixo do Mal" da SIC Notícias foi ontem transmitido com uma edição especial de duas horas sobre os 40 anos do 25 de Abril, com uma larga e tocante quantidade cravos nas lapelas e em cima da mesa, e  em que, além dos cinco participantes residentes, participaram como convidados Ana Gomes, Helena Roseta, Manuel João Vieira, o Coronel Matos Gomes, Isabel do Carmo, o Padre Vaz Pinto e Ângelo Correia.

Nada tenho contra a presença de nenhuma destas personalidades convidadas e até posso admitir que, cada um a seu modo, tenham prestado depoimentos com interesse televisivo.

Agora o que me espanta (é uma maneira de dizer porque na verdade isto já pouco me espanta vindo mesmo de pessoas que são responsáveis pelo programa) é que de um programa com esta temática estivesse ausente ou fosse excluída qualquer personalidade comunista, tanto mais que seria de prever - e foi o que aconteceu -, que referências de diverso tipo - algumas bastante hostis - aos comunistas e ao PCP foram coisas que não faltaram.

Por mera precaução e hipótese,  até pondero que possam ter convidade algum comunista que, por isto ou aquilo, tenha recusado o convite. Mas a isso respondo: procuraram manifestamente pouco. E,  tudo visto, só deixo uma pergunta: 40 anos passados sobre o 25 de Abril, que se passa na cabeça de pessoas que nos aparecem como democratas da mais fina gema ?


20 comentários:

  1. Se o PCP fizesse a apologia da Coca-Cola já era era um partido amigalhaço, assim não.
    Monteiro

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  2. Sectários??? Quem??? Eu??? Nós??? Porquê??? Mero critério editorial: cada um convida um amigo e um palhaço! Pelos vistos houve dois a convidar o mesmo palhaço. Eu confesso que acho que precisamos cada vez mais de convergências à esquerda e estratégias de alianças que permitam alianças táticas e essas coisas todas (a coisa tá má, tá mêmo má), mas é tão dificil quando os "pais (avôs?) da democracia" acham que convidar amigos e palhaços é critério para relembrar as diatribes 25dabrilistas de cada um de acordo com o maior ou menor grau de alzheimer de cada avô. E este ano houve verdadeiros pontapés na gramática para todos os gostos, desde juntar Otelo e PCP no mesmo tacho, passando pelo Dr. Chaimite a arvorar-se em "Grande Mentor da Obra" até à foto de familia dos dois senis com o maluco, cuja "loucura" até deu jeito, no dizer de um outro 25denovembrista ... o mens, quam multa patientia LOL

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  3. Nem uma única oportunidade dão ao PCP. Mas ele mantém-se firme, na luta, e não desistirá mesmo nas piores situações tal como tem acontecido com outros "grandes defensores da Liberdade".

    Um abraço.

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  4. Desta gente já nada me espanta. Não só faltavam os comunistas como faltou alguém que não fosse "folclórico", que fizesse um discurso sólido e fundamentado

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  5. Não vi o programa todo,mas quando comecei a ver,vi que não estava presente nenhum comunista,não sendo nada de novo a ausência ,nem novo é o que vou dizer,é no mínimo uma vergonha e mostra que muitos que,usam o cravo ao peito se afirmam de democratas,não o são.

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    1. Quem teve paciência para ouvir o que disseram os convidados, só tira uma conclusão, foi muito fraco, e mais convidado menos convidado não teria feito diferênça.

      Tirando a Ana Gomes MRPP- PS , nenhum dos presentes é neste momento é politico no activo , excepto talvez a Helena Roseta que lidera um grupo de independentes e é Presidente da Assembleia Municipal.

      Confrangedor isso sim foi a total falta de rigor com se analisou o periodo entre o 25 de Abril, e o 25 de Novembro isso sim incomodou-me, Talvez o Matos Gomes militar tenha sido o único a tentar dar uma opinião sustentada sobre esse periodo, o resto foi mesmo muito mau, até a Isabel do Carmo não estava nos dias dela.

      Mas depois daquela "espantosa" entrevista da múmia Carlucci, esquecendo o Sinistro Vernon Walters, o que se pode esperar.

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  6. E alguém do CDS? E alguém do CE? Não é o presente que interessa, é a posição que se tinha então? E alguém que fosse do PS na altura? Ou do CDS? Porque raio o PCP tem mais direito a estar presente, num programa com 12 convidados onde apenas 2 (sim, apenas dois) têm militância partidária, do que qualquer outro partido? O debate sobre o 25 de abril só é legítimo com a representação partiádia do PCP? Mesmo que outros não estejam lá?

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    1. Já te respondi no Facebook. Assim :
      É óbvio que Daniel Oliveira desconversa e centra-se na questão da militância partidária quando eu, quando escrevi, estava mais a pensar em areas de pensamento político, de reflexão e distinta vivência dos acontecimentos e de história política (e neste último caso, e a propósito dos 40 anos de Abril, CDS e BE não têm o mesmo peso que o PCP). E tanto assim é que, no meu post há o registo da falta de uma «personalidade comunista» e não há nenhuma referência a «militante comunisdta » ou a representação do PCP. Segundo Daniel Oliveira, é tudo pois muito natural, só que eu há décadas que nunca vejo as coisas acontecerem ao contrário, E termino dizendo que é preciso estar muito toldado pelo horizonte do seu próprio umbigo vir levantar a questão de «os partidos serem donos exclusivos do espaço público e da história» .Uma coisa fica confirmada: não convidaram ninguém da área comunista apesar de, como já disse, estar na cara que os comunistas iam levar algumas sem se poderem defender.

      E assim:

      O Daniel Oliveira borra ainda mais a pintura ao acrescentar isto agora ao seu post inicial : «ACTUALIZAÇÃO: Só agora percebi que o "protesto empenhados" que me chegaram afinal têm uma origem organizada. Assim sendo, o assunto é-me indiferente. Não estou envolvido na campanha eleitoral e tenho cada vez menos paciência para estes jogos florais. Como cidadão de esquerda indeciso, espero que o PCP tenha argumentos mais interessantes para me oferecer do que este tipo de números.»
      É muito triste ver Daniel Oliveira a transformar movimentos de opinião que são recorrentes no Facebook em coisa com «origem organizada«. E que ainda por cima meta o PCP ao barulho. E, pronto, se isso lhe dá um bom resto de domingo, eu confesso: o meu post inicial em «o tempo das cerejas» foi devidamente acertado com a direcção do PCP e durante todo o dia de hoje um membro da Comissão Politica do PCP tem estado a dirigir esta «campanha organizada » de protestos. Esta bem assim ou também é preciso meter o Jerónimo de Sousa na coisa ?

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  7. Por essa ordem de ideias, o Bloco de Esquerda, também merecia ser convidado. Afinal, também representa alguém na Assembleia da República.

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    1. O Bloco de Esquerda enquanto que tal talvez não , mas já alguem ligado ao CMLP, ou ao CARP (ML) porque não?

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    2. Vítor Dias nunca falou em convidar alguém do PCP e as dificuldades com a leitura são das mais difíceis de controlar.

      O sectaríssimo Daniel Oliveira tem problemas de leitura parecidos, mas o umbigo tampa de panela ofusca-o um pedacito.

      No entanto, diria que Isabel do Carmo se movimenta perto das bandas que o(a) senhor(a) das 19h54 sugere, pelo que esse flanco até esteve coberto.

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  8. Fartaram-se de falar do PCP, perfeitamente à-vontade porque não estava ninguém do PCP para lhes responder à letra.
    São muito democratas e pluralistas...

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    1. Fartaram-se?????

      Será que viu mesmo o programa , ou contaram-lhe?

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    2. Cá estão as dificuldades de leitura...

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  9. São ainda mais indigentes as "justificações" do que a persistente exclusão de comunistas deste, como praticamente todos o programas "pluralistas" de opinião e debate televisivo.

    Como é que ainda há quem tenha a pouca vergonha na cara de insistir em justificar o injustificável… escondido atrás de "critérios jornalísticos", "opções editoriais" e tantas outras paupérrimas desculpas de coragem cívica e honestidade intelectual mais do que duvidosas?

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  10. Se lá estivesse alguém ligado ao PCP talvez nos pudesse explicar com clareza, qual é a opinião OFICIAL do PCP sobre o Euro.

    O Cabeça de lista ás Europeias quer que Portugal saia do Euro.

    Dirigentes de topo do PCP dizem que só querem DEBATER essa possibilidade

    Afinal em que ficamos.

    Quer ou não quer o PCP sair do Euro.

    Ao menos o MRPP é claro, e assume isso.

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    1. Bem, o tema do Eixo do Mal não era esse e sim outro, mas até é uma boa pergunta,

      Os OCS não esclarecem se existe ou não uma posição assim tão diferente entre o que diz o programa, joão ferreira e o avante.

      Pq será que não se fala desse assunto, mesmo havendo quem queira saber qual é a posição do PCP sobre ele?

      Se

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    2. A saída do euro é necessária, mas não de qualquer maneira. Só com uma cuidada preparação do país, com respeito pela vontade popular, com a determinação de defender a população (seus rendimentos, poupanças e níveis de vida) e com um governo e uma política patrióticos e de esquerda.

      Claro que, nestas eleições europeias, o que há a fazer é debater.

      Custa assim tanto a entender, ó triste A.?

      HM

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  11. Alargaria até a questão a outros programas. Alguém viu alguma pessoa do PCP nos inúmeros debates que houve sobre o 25 de Abril? Eu não vi, mas pode ter-me escapado algum.

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